Ruas de Paracatu e placas que contam histórias (parte 1)

Um passeio descompromissado pelo centro antigo de Paracatu, com um olhar observador, meio que um flâneur vagando tranquilamente pelas ruas e praças, pode revelar detalhes que contam um pouco da história da cidade. É que algumas placas, com nomes de ruas e de monumentos, carregam fatos e histórias que muitos desconhecem.

O que poderiam ser informações de conhecimento geral e de fácil acesso a todos, precisam ser exploradas por olhares atentos e pesquisadas por quem é no mínimo curioso. Diante disso, o VISITE PARACATU, na missão de facilitar o acesso à informação e à história paracatuense, divulga agora o que as placas que estão por aí nos revelam.

Veja os nomes atuais e antigos de algumas ruas do centro histórico de Paracatu:

Rua Dr. Seabra – antiga Rua da Direita
Uma das principais vias públicas das vilas e cidades coloniais do Brasil costumava chamar-se Rua Direita. Curiosamente, em geral, as ruas direitas são bastante tortuosas. O nome é uma variação de Rua Directa, ou Direta, sendo a via que ligava dois lugares importantes da cidade, geralmente uma igreja à outra. Em Paracatu a Rua da Direita está situada à direita da Igreja da Matriz e conduz à Igreja do Santana.

Rua Dr. Sérgio Ulhoa – antiga Rua das Flores
Existem duas versões para a antiga denominação. Uma conta que a rua era o percurso das procissões no período da Semana Santa, onde os moradores enfeitavam a rua com muitas flores para a passagem do cortejo. Outra versão diz que uma senhora, moradora da rua, tinha cinco filhas muito bonitas e cada uma tinha o nome de uma flor, por isso o nome Rua das Flores.


Rua do Ávila
Não se sabe ao certo o porquê a rua foi assim batizada. Ávila é o nome de uma cidade da Espanha onde viveu Santa Teresa de Jesus e também o sobrenome de várias famílias brasileiras de origem espanhola e portuguesa. Em Paracatu, a Rua do Ávila é considerada a rua da resistência, pois mesmo com o avanço da modernidade na década de 1950, a maioria das casas foram preservadas e continuam resistindo ao tempo.


Rua Goiás
Uma das ruas mais importantes da cidade, a Rua Goiás era a via que direcionava as minas de Paracatu às minas do Goiás. A rua, que começa na esquina com Rua Rio Grande do Sul, segue por cerca de 800 metros até o Cemitério de Santa Cruz. No entanto, a rua foi dividida e se chama Rua Pinheiro Chagas a partir da avenida Quintino Vargas.

Rua Samuel Rocha – antiga Rua São Domingos
A rua que tem início na esquina da Rua do Ávila era o caminho que levava ao Povoado do São Domingos, comunidade quilombola que produzia verduras, frutas e quitutes que abasteciam a cidade. A antiga rua, hoje chamada de Samuel Rocha, passa pela Escola Estadual Antônio Carlos, segue pela Rua Roberto Wachsmuth, cruza a rodovia BR-040, passa pelo bairro Alto do Açude e chega finalmente ao Povoado do São Domingos. Um percurso de mais ou menos três quilômetros.

Rua D’Abadia
Nas placas fixadas nas casas encontra-se três formas de dizer o nome da rua: Rua Abadia, Rua da Abadia e Rua D’Abadia. O certo é que o nome da rua se refere à Igreja de Nossa Senhora da Abadia que existia por ali nas proximidades onde hoje está o Fórum Martinho Campos Sobrinho, na esquina com a avenida Olegário Maciel.

Rua Temístocles Rocha – antiga Rua da Praça
A Rua Temístocles Rocha é uma típica rua histórica que teve seu nome alterado diversas vezes ao longo dos anos. Seu primeiro nome foi Rua do Calvário. Em seguida passou a ser chamada de Rua da Praça, assim referida por muitas pessoas até os dias de hoje. Mas antes de se tornar Rua Temístocles Rocha, homenagem a um influente comerciante e político da cidade, foi batizada de Rua Ministro Melo Franco.


Rua Eduardo Pimentel – Rua do Sacramento
Era pela Rua do Sacramento que se dava início às procissões que saiam da Igreja da Matriz e iam em direção ao bairro do Santana.

Rua Rio Grande do Sul
Não se sabe ao certo a origem da denominação, no entanto a Rua Rio Grande do Sul é uma das maiores vias do centro antigo da cidade e seu percurso segue em paralelo ao Córrego Pobre. A rua liga o bairro do Santana à rodovia BR-040, em um caminho de 1,5 quilometro. De acordo com a história, a rua era chamada de Rua de Baixo.

Rua Américo Macedo – antiga Rua dos Peres
Rua com belo casario preservado, onde localizava o antigo Automóvel Clube, a Rua Dr. Américo Macedo era chamada de Rua dos Peres devido à família Melo Peres que morava na via.


Rua Manoel Caetano
Não se tem registro ou relato se a Rua Manoel Caetano teve outra denominação. A rua é uma importante via que liga a Praça Afrânio de Melo Franco (Praça do Fórum) à Rua Goiás. De acordo com a história, em dias de chuva era comum as pessoas, especialmente as crianças, procurar e encontrar ouro em meio às pedras que pavimentavam a via, pois a sua enxurrada, que descia do Morro do Ouro, vinha com vestígios do valioso minério.

Rua Floriano Costa –Travessa da Matriz e Beco dos Tropeiros
A via era para ser uma só. Ela corta tortuosamente a Rua Temístocles Rocha e a Rua Pinheiro Chagas. Seu início, logo ao lado esquerdo da Igreja da Matriz, era a Travessa da Matriz, hoje, Travessa dos Rocha. Logo acima, à direita, ficava o Beco dos Tropeiros, cujo sertanejo e bonito nome foi mudado para Rua Floriano Costa.

Em janeiro, o VISITE PARACATU contribuiu com a exposição “Becos e Ruas de Paracatu” com um mural apresentando todas as placas das ruas do centro da cidade e curiosidades sobre os nomes antigos dessas vias.

E você, conhece alguma referência interessante que possa acrescentar a essa reportagem? Mande um comentário e nos ajude a contar um pouco mais da nossa história.

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