Empreendedorismo afro-brasileiro e valorização do trabalho: estes foram os eixos de uma palestra realizada pelo Sebrae Minas para apresentar os benefícios da formalização como Microempreendedor Individual (MEI) a cabeleireiras e trancistas de Paracatu. A atividade integrou a programação da Semana Municipal de Promoção da Igualdade Racial, em comemoração ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro).
O conteúdo apresentado destacou os tipos de empresas que se enquadram como MEI e as vantagens e obrigações que os interessados assumem ao formalizarem seus negócios. Dona de um salão de beleza na cidade há mais de 20 anos, Esdra Barbosa dos Reis era a única empreendedora formalizada na turma de 15 participantes. MEI desde 2003, a cabelereira ressalta a importância da formalização para o desempenho de sua atividade. “Isso me assegurou vários trabalhos aos quais não teria tido acesso se fosse informal”.
Especialista em penteados e amarração afro, Esdra foi uma das primeiras trancistas a se estabelecer na cidade e conta que a profissão lhe garantiu o sustento dos três filhos. Durante cinco anos, ela realizou oficinas de técnicas de penteados para alunos da Fundação Conscienciarte, entidade sem fins lucrativos que desenvolve projetos e atividades de formação e geração de renda para crianças, jovens e adultos e que, ao lado do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade, Prefeitura de Paracatu e Sebrae Minas, foi responsável pela realização da Semana. Assim, Esdra ajudou a formar diversas profissionais que hoje atuam no município.
Empreendedorismo negro
De acordo com a pesquisa ‘Empreendedorismo por raça-cor/gênero no Brasil (2021)’, feita pelo Sebrae, os empreendedores negros faturam menos e têm mais dificuldade de conseguir crédito. Além disso, o rendimento médio mensal dos negros é 34% inferior ao dos brancos E, se comparado o rendimento entre homens brancos e mulheres negras, a discrepância é ainda maior: 44%.
Para a assistente do Sebrae Minas Valquíria Gomes Moreira, a palestra foi importante por ter esclarecido dúvidas sobre o processo de formalização. “A formalização pode trazer dignidade, oportunidades e crescimento profissional para as trancistas”, destaca.
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