“Venho de uma comunidade quilombola e sempre pensava em como eu poderia ajudar a preservar a nossa cultura”, recorda Ítala Couto, de 27 anos. Ela está entre os cinco jovens selecionados para participar da mais nova turma da Rede de Cultura e Protagonismo Juvenil (RCPJ).
Direcionado a jovens em situação de vulnerabilidade social, com idade de 15 a 29 anos, o projeto encerra mais um ciclo no início de julho, após retomar em 2022 os seus encontros formativos presenciais, depois de dois anos impactados pela pandemia.
A iniciativa está em sua segunda turma e é realizada dentro das ações do Programa Integrar da Kinross, por meio da Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC), desde 2019. O objetivo é formar agentes difusores e multiplicadores, voltados para cuidar e fortalecer a identidade e as expressões culturais de Paracatu, por meio de ações de mobilização cultural e de comunicação. “O RCPJ nos ajuda a pensar no que podemos fazer e o que podemos alcançar juntos, para valorizar a cultura tradicional de Paracatu enquanto grupo, e não agindo apenas individualmente”, comenta Ítala.
Segundo a educomunicadora da AIC Sarah Dutra, que atua como coordenadora do RCPJ, os jovens participantes estão organizando, para o início de julho, um evento público, junto com os cinco grupos apoiados por eles, para apresentar o trabalho realizado neste ciclo pelos integrantes. A expectativa é que cada um apresente um planejamento para mobilização comunitária, incluindo conteúdos multimídia – em áudio, vídeo ou texto – e uma proposta de campanha de comunicação.
O Olhar da Juventude
Outra iniciativa, também viabilizada pelo apoio da Kinross e voltada para capacitar jovens como defensores e multiplicadores da cultura local, é a TV Caroço. O projeto, sociocultural de inclusão digital e cultural das comunidades, visa ampliar e incentivar o acesso à produção e à circulação audiovisual entre estudantes de Paracatu.
Realizada desde 2000, por meio da Lei Federal de Incentivo a Cultura, esta mais recente edição da TV Caroço se encerra no dia 30 deste mês. “Dessa vez, foram cerca de 300 horas de formação em produção audiovisual com dez adolescentes de 14 a 24 anos”, conta Jeysiane Erica, coordenadora da Fundação Conscienciarte, responsável pela realização do projeto. “Dá gosto ver a evolução do trabalho de cada um. Cultura é área que os adolescentes mais ficam animados e se engajam”, destaca.
Como parte do encerramento deste ciclo, de 27 de junho a 5 de julho, será realizada uma exposição de fotografias feitas pelos dez jovens no centro e na parte histórica de Paracatu. De acordo com Jeysiane, a proposta é apresentar o cotidiano da cidade por meio do olhar da juventude.
Além da formação, o projeto também realizou mais de duas mil exibições dos 15 vídeos produzidos, somente este ano. Eles são apresentados à comunidade, normalmente usando as escolas como locais para exibição, além das redes sociais, com destaque para o canal da Fundação Conscienciarte no Youtube e no Instagram.
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