Jóquei Clube Paracatuense, uma história de 90 anos (Parte 1)

Por Henrique Ulhoa

Sonho de um grupo de amigos que desejavam um lugar para se divertir nos finais de semana. Assim surgiu a ideia de criar um Prado para corridas de cavalo em Paracatu. Prestes a completar 90 anos de fundação, o Jóquei Clube Paracatuense é parte integrante da história do município e excelente opção de lazer no centro da cidade.

Oficialmente, a instituição nasceu da provocação do Dr. Cândido Gonçalves Ulhoa – jovem apaixonado por corridas de cavalo, esporte que assistia quando ia ao Rio de Janeiro – a ilustres amigos da cidade. É importante informar que na segunda metade do século 19 e até as primeiras décadas do século 20, as corridas de cavalo eram os mais importantes e movimentados espetáculos esportivos das principais cidades do país.

Os primeiros movimentos para a criação do Jóquei Clube aconteceram em uma casa na Rua Goiás. A pedido de Arlindo Ulhoa, comerciante que já havia participado do Derb Club em 1915, Dr. Cândido escreveu em uma folha de papel almaço, uma solicitação conclamando à criação de um Prado na cidade.

Antiga Sede Social do Jóquei Clube, no Largo da Matriz

Com a assinatura de 55 sócios, a fundação da associação tornou-se possível. Às 12 horas do dia 20 de abril de 1928, realizou-se no Salão do Cine Roriz, localizado na então Rua das Flores, a instalação e a eleição da primeira diretoria da Sociedade Jockey Club de Paracatu.

Década de 20

Em 1928, Paracatu era uma cidade perdida no sertão das Minas Gerais. Contava com precários meios de comunicação e de transporte. A navegação, a partir do Porto Buriti, no Rio Paracatu, era o principal meio de abastecimento e escoamento da região.

Para o lazer, a juventude da época contava com poucas opções. No início do século 20, em Paracatu, havia o Theatro Philodramático, o Cinematógrafo Pathé, que viria a se chamar Cinema Oriente e posteriormente Cine Roriz. As partidas de futebol eram disputadas nos largos e nas ruas da cidade, e a praia e os poços do Córrego Rico eram onde os jovens podiam nadar e se refrescar.

Com a oficialização da criação do Jóquei Clube, a construção de uma pista de cavalos não demorou muito a ser feita. O que se sabe é que após o surgimento do Prado, o esporte que era vinculado às elites brasileiras e visto com um desporto milionário, tornou-se um esporte bastante popular em Paracatu, cravando raízes em uma crescente camada do povo.
“Frequentado por significativa parcela da população e sem discriminação, o Prado, aos domingos, se enfeitava com bandeirolas, ao som da Banda de Música Euterpe, para receber um público entusiasmado para assistir as disputas dos páreos. Após ao meio dia, só se falava das corridas no Prado, e o resto da cidade ficava calma, entregue aos mais idosos e às donas de casa”, relata o livro Duas Histórias Uma Vida, de Zeca Ulhoa.

*Fotos de arquivo do Jóquei Clube Paracatuense.
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