Diversas iniciativas culturais e educativas marcaram as celebrações do Dia da Consciência Negra em Paracatu, reavivando com força total a luta do Movimento Negro na cidade. Inseridas dentro da Semana de Arte e Cultura, as atividades destacaram a história, os valores e as contribuições que a população negra deu e continua dando à nossa sociedade.
Por meio de um trabalho conjunto entre as entidades não governamentais, movimentos sociais e o poder público, com apoio da Prefeitura e Câmara Municipal, foram realizadas várias ações voltadas para estudantes e educadores, visando fortalecer e difundir a riqueza da cultura negra no município.
“Além de valorizar as tradições, é preciso fazer uma discussão mais ampla sobre o tema. A Semana de Arte e Cultura foi criada para que a gente pudesse sair da mesmice, sair da condição de que o negro sempre foi subjugado, de que o negro sempre apanhou, e dar o devido valor ao papel que ele tem e que ele desenvolve na sociedade”, explica o secretário de Cultura e Turismo, Isac Arruda.
Na Fundação Casa de Cultura, a exposição “Africanidades” apresenta telas produzidas pelos alunos do curso de pintura da Casa da professora Marlene Gama. A mostra faz uma homenagem às raízes da cultura brasileira que tem forte influência da cultura africana. A exposição fica em cartaz até o próximo dia 10 de dezembro. A entrada é gratuita.
No dia 20 de novembro, no Dia da Consciência Negra, um grupo de professores participou da segunda edição do projeto pedagógico e turístico “A escola vai ao Quilombo”, com palestras e oficinas na Comunidade Quilombola do Pontal.
Já no antigo Cine Teatro Santo Antônio, atual sede da Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Paracatu, aconteceram uma série de atividades voltadas principalmente para os jovens. A programação contou com palestras, rodas de conversa, apresentações de dança, teatro, música, oficinas, exposição fotográfica “Faces Negras”, desfile de modas e homenagens.
Para a pedagoga e pesquisadora social, Lara Franco, a data é importante para mostrar o valor e a verdadeira história do povo negro. “Essa data para nós é símbolo de resistência. Nós queremos ser respeitados, nossa história ser lembrada e ter nossos heróis celebrados. Por isso a participação do jovem é muito importante para difundir esse conhecimento como forma de melhorar a sua autoestima, reconhecer o seu valor, empoderar e contribuir na luta por direito de igualdade racial” disse.
O projeto “Paracatu nas cores da África”, fechou as celebrações do Dia da Consciência Negra em Paracatu. Alunos da rede pública de ensino apresentaram trabalhos destacando as tradições afrodescendentes presentes nos dias de hoje que podem ser percebidas por meio das danças, das músicas, da culinária, da moda, da língua e muito mais. O projeto buscou também divulgar as diretrizes curriculares para o estudo da História e Cultura Afro-brasileira conforme a Lei 10.639.
“Temos uma lei que nos protege, que tenta corrigir todo o sistema opressor que foi a escravidão. Então, por que não Paracatu, que tem 74% da população afrodescendente, trabalhar essa data? Estou muito feliz porque encontramos um campo fértil para debater essas questões, e espero que no ano que vem tenhamos muito mais iniciativas como essas” finaliza Lara Franco.
A Semana de Arte e Cultura se encerra nesta sexta-feira, 24 de novembro, com a cerimônia de entrega de certificados às Folias de Paracatu, na Câmara Municipal, reconhecendo as Folias como patrimônio cultural de Minas Gerais.
______________________________________________________________
Curta nossa página no FACEBOOK e nos siga no INSTAGRAM!